Uma aluna da Fatec Mogi das Cruzes (Faculdade de Tecnologia do Estado) obteve mais um reconhecimento por seu trabalho no combate ao desperdício no campo e à fome. Simone Silotti receberá o prêmio A Alma da Ruralidade, que o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) concede a Líderes da Ruralidade na América Latina e Caribe. É a primeira vez que a instituição concede esse título a um brasileiro.
O projeto criado pela estudante, o #FaçaumBemINCRÍVEL, visa comprar alimentos de produtores rurais e entregá-los a famílias carentes. Simone buscou essa solução ao se dar conta de que muitos agricultores estavam destruindo suas plantações em razão da queda nas vendas de seus produtos para restaurantes, fechados pela pandemia de Covid-19. A iniciativa já foi premiada pelo jornal Folha de S. Paulo e recebeu aporte de recursos da Fundação Banco do Brasil.
A condecoração fará com que ela seja incluída na rede de contatos do instituto e ganhe visibilidade entre os parceiros públicos e privados da organização. “Trata-se de um reconhecimento para os que cumprem um duplo e insubstituível papel: o de avalistas da segurança alimentar e nutricional e o de guardiões da biodiversidade do planeta por sua atuação na produção em qualquer circunstância. O reconhecimento, além disso, tem a função de promover exemplos positivos para as zonas rurais da região”, diz o diretor-geral do IICA, Manuel Otero. “São pessoas que encarnam lideranças silenciosas que é preciso visibilizar e reconhecer. São, sobretudo, exemplos de vida. Porque transformam, superam adversidades e inspiram.”
Além do título concedido pelo instituto, o projeto foi premiado mais uma vez pela Folha de S. Paulo. Os leitores do jornal puderam escolher as iniciativas que mais lhes interessavam entre os classificados da primeira edição do Prêmio Empreendedor Social em Resposta à Covid-19. O #FaçaumBemINCRÍVEL ficou na terceira colocação da categoria Legado pós-pandemia e recebeu doação de R$ 1.175.
Além de prêmios, Simone coleciona bons números em seu projeto. Até agora, foram doadas 205 toneladas de alimentos para mais de 100 organizações não-governamentais, beneficiando mais de 200 mil famílias. Para continuar comprando a produção de agricultores e entregando os alimentos a quem tem fome, a aluna da Fatec busca sensibilizar empresas, para que contribuam com a iniciativa. “Eu peço que os empresários considerem incluir hortifrutis nas cestas básicas de seus empregados ou para projetos de combate à fome, por exemplo”, diz. “Gostaria de convocar as empresas a se engajarem e nos ajudarem a combater o desperdício e a desigualdade no campo, a fome e a desnutrição.”