Uma ação realizada pela Prefeitura de Mogi das Cruzes para evitar uma invasão de área na região do Oropó vem gerando polêmica no município. Na última segunda-feira (11), famílias que estavam vivendo no local acusaram a administração municipal de destruir moradias sem autorização judicial. Já nesta quarta (13), começou a viralizar nas redes sociais um vídeo no qual uma equipe da Guarda Municipal aparece tentando retirar um homem à força de um dos imóveis construídos irregularmente, enquanto uma criança chora ao presenciar a cena e uma mulher pede aos guardas para que interrompam a ação.
A vereadora Inês Paz (PSOL) chegou a compartilhar o vídeo, reclamando da atuação da Prefeitura. “A mudança na gestão veio, só que pra pior. Gestão Caio Cunha é a mais violenta e mais desumana. O que precisamos é de uma política habitacional”, publicou ela.
Já o vereador Iduigues Martins (PT) utilizou o Pequeno Expediente desta quarta, na Câmara de Mogi das Cruzes, para criticar a forma como a administração municipal vem realizando a ação. “Mogi tem um problema sério de moradia e não é com violência, não é com brutalidade, não é traumatizando crianças que vamos resolver esse problema”, disse o vereador.
De acordo com a Prefeitura, o terreno invadido é uma Área de Proteção e Recuperação de Mananciais (APRM), de propriedade do Incra, e as unidades irregulares identificadas foram erguidas na segunda-feira (11), data em que aconteceu o primeiro desfazimento no local. Ainda segundo a administração municipal, elas estavam inacabadas quando foram derrubadas.
“Para conter o início de invasões não consolidadas, o município não necessita de ordem judicial”, afirmou a Prefeitura em nota enviada à reportagem, acrescentando em seguida: “Os trabalhos se iniciaram com as unidades não habitadas. Entre os ocupantes que resistiram em deixar o local, um homem agrediu os agentes de segurança e foi conduzido à delegacia. Ele permaneceu em reclusão por ser foragido da Justiça, por um delito cometido no estado de Sergipe”.
“Infelizmente essas famílias invasoras estão sendo direcionadas por criminosos, que orientam para que eles permaneçam no local, colocando em risco a integridade até mesmo de crianças”, disse o secretário de segurança pública de Mogi das Cruzes, Toriel Sardinha.
A administração municipal afirmou que, ao todo, três famílias resistiram em deixar o local, o que tornou necessária a retirada involuntária. “Qualquer excesso por parte dos agentes de segurança será apurado”, diz a nota.
Segundo a Prefeitura, a Secretaria de Assistência Social classificou o local como insalubre e precário, desprovido de água e esgoto, infringindo sobretudo o Estatuto da Criança e do Adolescente, com a permanência de menores no local: “Para barrar o início dessa invasão irregular, a Secretaria de Segurança agiu rapidamente e, dos barracos identificados, a maioria teve o desfazimento de forma pacífica”
Ainda de acordo com a administração municipal, equipes da Assistência Social fizeram o cadastro das pessoas que estavam na área e ofereceram acolhimento institucional aos ocupantes, porém todos recusaram e afirmaram ter alternativa habitacional.
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