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A Festa do Divino Espírito Santo de Mogi das Cruzes está cada vez mais próxima de receber o reconhecimento como patrimônio cultural imaterial do Brasil. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) designou o Centro de Estudos da Cultura Popular (CECP), entidade sediada em São José dos Campos, para elaborar o dossiê técnico que embasará o pedido oficial de registro da festividade.
No último sábado (12), uma equipe do CECP visitou a cidade de Mogi das Cruzes para dar início às atividades de campo, que aconteceram na sede da Associação Pró-Festa do Divino, durante a realização da 9ª Coroa do Divino. Na ocasião, começaram a ser coletados registros fotográficos, audiovisuais e depoimentos que irão compor três produtos principais: um dossiê textual, um documentário com duração de 40 a 50 minutos e um curta-metragem.
“Nos sentimos honrados pela confiança do Iphan. A Festa do Divino de Mogi é uma celebração rica em significados, com forte enraizamento na comunidade e uma longa história de devoção, solidariedade e cultura popular”, declarou o historiador e antropólogo Hugo Ricardo Soares, que lidera os trabalhos de campo e será o responsável pela redação do dossiê. Ele atua ao lado de outros dois historiadores e dos coordenadores gerais Fábio Bueno e Maria Siqueira Santos.
Hugo também falou um pouco sobre o trabalho que será realizado. “Vamos registrar seus saberes, sentimentos e práticas, e apresentar isso de forma sensível, profunda e respeitosa. É uma celebração que fala de fé, de cultura e de pertencimento. Vamos mostrar como ela é longeva e possuidora de um quadro bem estruturado”, explicou o coordenador, acrescentando: “Festa do Divino existem várias no Brasil, mas nós vamos mapear toda a característica da festa de Mogi por meio desse documento que vai servir para referendar todo esse processo como patrimônio cultural e imaterial”.
Realizada anualmente, a Festa do Divino de Mogi das Cruzes mobiliza centenas de devotos e visitantes ao longo de 11 dias de programação, que incluem novenas, cortejos, procissões, alvoradas e diversas ações solidárias. “A celebração é um símbolo da identidade mogiana e da preservação das tradições herdadas dos colonizadores portugueses, que até hoje se perpetua, haja vista que estamos na 412ª edição de fé e devoção”, destacou Marcelo Braz, presidente da Associação Pró-Festa do Divino.
A previsão é que o dossiê seja concluído em aproximadamente um ano, quando será submetido à análise do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphan.