O vandalismo e violência na cidade de Mogi das Cruzes parece não poupar nem mais os mortos. Moradores tem reclamado de roubos constantes nos cemitérios da cidade, em especial o São Salvador, na Vila Oliveira.
Os ladrões costumam levar placas, letreiros, crucifixos e argolas dos túmulos. Não se sabe se durante o dia, quando há funcionários no local, ou à noite, quando o cemitério fica vazio – não há nenhum tipo de vigilância noturna mantida pela Prefeitura.
Os itens roubados são, em sua maioria, feitos de bronze, um dos materiais com melhor oferta em ferros velhos e comércio de sucatas. Enquanto um quilo de alumínio (latinhas) costuma ser vendido a cerca de R$ 3, um quilo de bronze chega a custar mais de R$ 10.
Já é a segunda vez que levam pertences do túmulo onde está enterrada parte da família de Marilucia. Em julho do ano passado roubaram as oito argolas que auxiliam na abertura e fechamento do túmulo. Esta semana foi a vez do letreiro – “Família Vieira” -, arrancado sem dó nem piedade.
Em ambas as ocasiões, Marilucia abriu protocolos na ouvidoria da Prefeitura de Mogi das Cruzes, mas, até o momento, não obteve nenhum tipo de retorno por parte da administração.
A reposição das letras custará R$ 325 para a família, que não sabe até quando elas permanecerão afixadas no local. É por isso que, cansadas de arcar com a recolocação das peças de bronze nas lápides, algumas famílias estão optando por itens de acrílico e até latão, sem valor para os bandidos.
Responsável pela limpeza e manutenção do túmulo vandalizado, uma faxineira que preferiu não se identificar cuida de cerca de 150 outros túmulos no São Salvador. Ela contou à reportagem do Notícias de Mogi que, ha décadas trabalhando no cemitério, nunca viu tantos casos de roubos. “Começou de setembro do ano passado para cá. Eles vêm e deve ser à noite, porque durante o dia tem pedreiro, um monte de outros funcionários aqui, e nós nunca vimos nem ouvimos nada”.
Vale ressaltar que o cemitério fica bem em frente à 1ª Delegacia de Polícia (DP) de Mogi, localizada na Praça Dr. Fábio Bond Amaral. O posto policial funciona 24h por dia, mas parece não intimidar os ladrões.
A faxineira, que é contratada particularmente, não tendo nenhum tipo de vínculo com a Prefeitura, disse que, à noite, não fica nenhum tipo de segurança no local: “há uns 10 anos atrás ainda tinha um vigilante que ficava na portaria. Mas uma vez ele foi assaltado durante o serviço e não apareceu mais”. Desde então, o cemitério segue entregue à própria sorte.
Procurada pelo Notícias de Mogi, a administração municipal não havia se manifestado até a publicação desta notícia.
Confira mais alguns túmulos com pertences roubados no Cemitério São Salvador:
Uma resposta em “Mogianos reclamam de roubos no Cemitério São Salvador”
É o fim…
Chegarem a esse ponto.
Tamanho desrespeito.