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MOGI DAS CRUZES

Estabelecimento para prática de tiros próximo a escolas gera polêmica em Mogi



Mães de alunos de duas escolas particulares localizadas no centro de Mogi das Cruzes estão reclamando da abertura de um estabelecimento de “tiro esportivo” próximo aos colégios. O “Plin King” – como ele é chamado – se apresenta como um local para prática de plinking, uma modalidade informal de tiro feito em alvos fora do padrão, como latas , garrafas de vidro e balões d’água.



O espaço foi aberto em março e fica bem na esquina da Rua Senador Dantas com a Rua Dr. Correa, a apenas 59 metros do Colégio Santa Mônica e a 280 metros do Instituto Dona Placidina.



“Eu acho um absurdo haver um local desse perto de uma escola. Isso estimula a violência. Depois da tragédia que aconteceu aqui perto, em Suzano, algo devia ter ficado de lição”, disse a mãe de uma aluna que preferiu não se identificar. “Devia existir uma lei que proibisse esses estabelecimentos próximos a escolas”, completa ela.



“Se levarmos em consideração a imensidão da tristeza e estragos que o massacre de Suzano proporcionou, um local de Tiro Esportivo na porta das escolas é, no mínimo, uma falta de respeito e sensibilidade. Como mãe de aluna, fico com o coração apertado”, publicou outra no Facebook.



A reportagem do Notícias de Mogi entrou em contato com o “Plin King” de forma anônima para saber se há algum tipo de faixa etária para participar:

“Existe algum limite de idade para brincar aí?”, perguntamos.

“Não”, afirmou o atendente.

“Qualquer menor de idade pode entrar, mesmo sem a companhia de um adulto?”, insistimos.

“Sim, a criança só precisa estar acompanhada de UM adulto, e eu estou aqui para olha elas”, respondeu.

Local onde o estabelecimento foi aberto
“Vitrine” da Plin King
Reprodução: Facebook – Plin King

Lan houses

Por promoverem a prática de jogos online de tiros ou violentos, as lan houses também já estiverem no centro de polêmicas deste tipo.

Atualmente, há uma diversidade de exigências para a abertura de uma lan house e essa diversidade toda é causada pela falta de uma lei federal que regulamente a atividade. Essas regras, portanto, variam de Estado para Estado.

Em 2014, na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, chegou a vigorar uma lei municipal (4.996/09), de autoria do deputado Paulo Melo (PMDB), que proibia a abertura de lan houses próximas a escolas. “Fica proibida a localização de casas de jogos de computadores e similares que também utilizem o acesso à internet e programas e jogos eletrônicos em rede, a uma distância de 300 metros das unidades de ensino público e privado no município”, determinava a lei. Em caso de descumprimento, a regra previa multa de R$ 3 mil e cancelamento imediato do alvará do estabelecimento.

De acordo com Paulo Melo, muitos educadores afirmaram que os alunos faltavam às aulas para frequentar essas casas de jogos que intencionalmente se instalam próximas às escolas. O deputado disse, na época, que a iniciativa contribuiria para evitar a evasão e a repetência escolar, além limitar o acesso desses estudantes a jogos com conteúdo violento.

Por unanimidade, no entanto, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro julgou a lei inconstitucional e a considerou “excessiva, pois interferiu indevidamente nos exercícios do direito de propriedade e da atividade econômica particular”.

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