A Polícia Militar (PM/SP) resgatou, na tarde da última sexta-feira (27), duas mulheres que estavam sendo mantidas em cárcere privado em Jundiapeba, distrito de Mogi das Cruzes. De acordo com a polícia, elas estavam sendo treinadas por um nigeriano para transportarem drogas até a Itália.
Os policiais contaram que a ocorrência teve início quando o Copom (Centro de Operações da Polícia Militar) informou sobre a possibilidade de existir vítimas em cárcere privado em uma residência na Rua Dona Áurea Martins dos Anjos, denúncia que teria sido feita pela Polícia Federal.
Ao se deslocarem até o endereço, os PMs encontraram a casa fechada e afirmaram que ninguém respondeu aos chamados que fizeram, embora estivessem ouvindo um choro vindo do interior da residência. Decidiram, então, quebrar o cadeado e entrar no imóvel.
No quintal, os policiais encontraram as duas vítimas, sendo que uma estava chorando bastante e a outra, assustada, não conseguiu falar nada. Em um dos quartos, estava o nigeriano, que também não se pronunciou alegando não compreender o idioma. No mesmo cômodo foram encontradas 12 cápsulas e seis invólucros maiores, todos contendo pó branco – que era utilizado para simular cocaína.
Depois, as vítimas contaram à Polícia Militar que residem no estado do Pará mas foram persuadidas a trabalhar em São Paulo. Há dois meses, quando chegaram em Jundiapeba, tomaram conhecimento da função que teriam que realizar: transportar drogas para a Itália. Elas disseram, ainda, que por duas vezes foram levadas até Guaianazes, onde foram obrigadas a provar roupas íntimas recheadas com pó branco.
Segundo as mulheres, as cápsulas e invólucros (foto) encontrados com o nigeriano serviam para serem testadas – engolidas e introduzidas nos corpos delas. Uma delas relatou à polícia, inclusive, que estava com as partes íntimas lesionadas devido à tentativa de introdução por parte do nigeriano no dia anterior.
Diante dos fatos, foi dada voz de prisão ao indiciado, em primeiro momento pelo crime de cárcere privado. Dados e partes foram conduzidos e apresentados no distrito policial, onde o delegado de plantão ratificou a voz de prisão, requisitando perícia técnica para a residência e substâncias encontradas, além de exames de corpos de delitos para as vítimas, que foram acolhidas pela Assistência Social de Mogi das Cruzes.
Na residência, foi empregado equipe do canil do 32° BPMM, no entanto, não foram localizados entorpecentes.