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Com o avanço do coronavírus (Covid-19) em países além da China, onde a epidemia começou, muitos brasileiros passaram a repensar sobre viagens para outros continentes, principalmente Europa e Ásia, assim como evitar a proximidade com pessoas vindas dessas regiões.
Dentro deste contexto, um dos países que passou a ser visto com certo temor foi a Itália, onde já são mais de 2 mil casos confirmados e 52 mortes decorrentes da doença, segundo a Proteção Civil italiana. Além disso, os únicos dois casos confirmados no Brasil até agora são de pessoas que vieram da Itália.
Apesar da preocupação com o rápido aumento no número de infectados, o clima na Itália não é de pânico e as cidades não estão desertas como se tem comentado principalmente nas redes sociais. É o que explica Jana Ozorio, mogiana com 45 anos de idade, mas que, desde os 25, vive em Legnano, uma província situada a apenas 25 km de Milão, onde foram registrados diversos casos de infecção pelo Covid-19.
De acordo com Jana, a maior parte da imprensa utiliza-se de certo exagero ao noticiar como anda a situação do avanço da doença. “Milão não está deserta como dizem, supermercados não estão sem nada”, conta ela, lamentando em seguida: “todo mundo está apunhalando a Itália por causa deste vírus”.
Para entender melhor qual é o cenário atualmente no país, o Notícias de Mogi conversou com a mogiana, que fez um curso de jornalismo e mantém um blog de moda em português para falar sobre as tendências do mundo fashion diretamente de uma das cidades onde vivem os estilistas mais famosos do mundo. Confira abaixo a entrevista.
Notícias de Mogi – Como você acha que o coronavírus está afetando a vida das pessoas na Itália, segundo país com maior número de mortas decorrentes da doença?
Jana Ozorio – A nossa vida continua. Todos trabalhamos. Milão não para, mas o mundo e jornalistas, em geral, estão aumentando muito as notícias.
Sim, temos mais de mil infectados, mas o que ninguém diz é que 60 pessoas são curadas diariamente.
É claro que comércios chineses estão todos fechados. Não com medo do vírus, mas sim de agreções e vandalismos dos turistas, por causa de informações falsas.
NM – Na Itália as pessoas parecem estar com tanto medo quanto no Brasil? O que estão fazendo para se prevenir?
JO – Não, o que gerou medo foi quando, na segunda-feira da semana passada, o governo disse que os moradores de Milão entrariam em quarentena. Por conta disso, fecharam escolas, universidades. O povo ficou louco e correu para os supermercados, postos de gasolina, foi um horror, mas isso durou um único dia, graças a Deus. Todos viram que não era verdade. O comércio está funcionando normalmente, só estão sem clientes porque estamos sem turistas.
O Brasil e sua população têm medo de tudo. Existem doenças que matam mais que o coronavírus. Por aqui não estamos fazendo praticamente nada para se prevenir. De 10 pessoas que se encontra na cidade, apenas uma ou duas usam máscara de proteção.
NM – Na sua opinião, a grande responsável por este alarde todo é a imprensa, que estaria exagerando ao relatar a situação na Itália e outros países afetados pelo vírus. Você fala da imprensa brasileira ou mundial?
JO – Digo do Brasil, porque acompanho os jornais. Além disso, converso com brasileiros que pensam que vão morrer amanhã, que dizem que as ruas da Italia parecem um deserto, de tão vazia, e não é bem assim.
NM – Você tem medo de continuar na Italia? Há chances de voltar ao Brasil por causa do coronavírus?
Não tenho absolutamente medo nenhum e não voltarei ao Brasil por causa de uma gripe. Todo mundo na vida já pegou o coronavírus, só que dessa vez é mais forte. As pessoas não devem ter medo de passar férias aqui na Itália.