Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta sexta-feira (8), no Palácio dos Bandeirantes, o governador João Doria afirmou que a quarentena será prorrogada pela terceira vez em todo o Estado de São Paulo. O novo prazo vai até 31 de maio.
“Nenhum país do mundo conseguiu relaxar o isolamento social com as curvas de contaminação em alta”, disse Doria, acrescentando em seguida: “autorizar o relaxamento agora seria colocar em risco milhares de vidas, o sistema de saúde e, por óbvio, a recuperação econômica”.
Assista a transmissão realizada pelo Governo de SP
No dia 22 de abril, também em transmissão ao vivo, o governador João Doria havia dito que a quarentena seria gradualmente encerrada a partir de 11 de maio, levando em conta “situações locais e regionais”. Segundo ele, alguns dados serviram para ordenar as futuras mudanças a serem feitas nas diretrizes do isolamento, como, por exemplo, o número de casos e óbitos, ocupação de leitos de UTI, volumes de testes realizados etc. No entanto, na transmissão desta sexta, Doria afirmou que não há condições de flexibilizar a quarentena por enquanto. Segundo o governador, o desrespeito ao isolamento fez com que o número de casos de coronavírus subisse drasticamente no estado nas últimas semanas.
O coordenador do comitê de contingência do coronavírus no estado, David Uip, não participou do anúncio de prorrogação da quarentena. Uip, que já foi contaminado e se recuperou, afirmou, por meio de nota lida pelo governador, que se sentiu mal na última quarta-feira (6), com alterações cadiológicas e clínicas, fez exames e foi orientado por médicos a se afastar temporariamente.
No lugar de David Uip, Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, afirmou que na Grande São Paulo, a taxa de ocupação de leitos de UTI está em 90%, e no estado, como um todo, em 70%.
O estado de São Paulo é o epicentro da pandemia no Brasil, com 39.928 casos confirmados de Covid-19 e 3.206 mortes decorrentes da doença.
Quarentena em SP
A restrição de acesso a estabelecimentos comerciais e o veto a eventos públicos ou privados com aglomerações está em vigor desde o dia 24 de março. Esta é a terceira vez que o Governo de São Paulo determina a prorrogação da quarentena para reduzir a velocidade de contágio do coronavírus e permitir que o sistema de saúde mantenha a capacidade de atendimento nas redes pública e privada.
Pelo decreto, todos os comércios que realizam atendimento presencial, incluindo bares, restaurantes, cafés e lanchonetes, devem permanecer fechados. Estabelecimentos que servem alimentos e bebidas em mesas ou balcões só podem atender pedidos por telefone ou por serviços de entrega.
Na área de saúde, ficam isentos da quarentena os hospitais, clínicas médicas e odontológicas e farmácias. Já no setor de abastecimento e serviços, continuam abertos os postos de combustíveis, oficinas mecânicas, transporte público, táxis, transporte por aplicativos, serviços de call center, pet shops e bancas de jornais.
Outros setores que podem continuar oferecendo serviços durante a quarentena são as empresas de segurança privada, limpeza urbana, manutenção e zeladoria, além de bancos, lotéricas e correspondentes bancários, indústrias, construção civil, lojas de materiais de construção e comércio de flores.