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Covid-19: Brasil recebe um milhão de doses da vacina Coronavac



O Brasil recebeu, nesta quinta-feira (3), 600 litros a granel da vacina Coronavac, correspondente a um milhão de doses. Com esta remessa, são 1 milhão 120 mil doses enviadas pela farmacêutica chinesa Sinovac ao Estado de São Paulo.



O embarque dos insumos aconteceu na quarta-feira (2) em Pequim, em um voo comercial da Swiss Air Lines que fez escala em Zurique, na Suíça, antes do desembarque no Brasil, na manhã desta quinta-feira, no Aeroporto Internacional de Guarulhos.



A vacina a granel foi acondicionada em três bags de 200 litros cada, colocados em um equipamento refrigerado a temperaturas de 2 ºC a 8 ºC. A matéria-prima será envasada pelo Butantan em frascos multidoses, conforme a configuração utilizada nas campanhas de vacinação do Programa Nacional de Imunizações (PNI).



A chegada das novas doses foi acompanhada pelo governador do Estado de São Paulo, João Doria; o Secretário da Saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn; e o Presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas.



“Estamos cumprindo mais uma etapa fundamental para disponibilizar a vacina em tempo recorde aos brasileiros. A tecnologia e expertise do Butantan já nos permitem realizar parte do processo produtivo em nossa própria fábrica, e estamos trabalhando para muito em breve podermos produzir integralmente a vacina, mediante processo de transferência de tecnologia por parte da Sinovac”, afirma o diretor do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas.

Segundo o Governo de SP, ao todo serão 46 milhões de doses, sendo 6 milhões já prontas para aplicação e 40 milhões em forma de matéria-prima para produção, envase e rotulagem em fábrica própria do Instituto Butantan.

O processo de envase desta primeira remessa de insumos deve levar de quatro a sete dias de produção ininterrupta, envolvendo diretamente cerca de 40 colaboradores do Butantan. O lote ainda passará por testes que vão aferir e validar a qualidade do produto e também do processo produtivo.

As demais remessas chegarão no decorrer das próximas semanas. Já a disponibilização para a população ocorrerá somente após a comprovação da eficácia, que deverá acontecer após a conclusão da terceira fase dos estudos clínicos e posterior aprovação e registro por parte da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Fase de testes

De acordo com o Governo de SP, do total de voluntários que receberam vacina ou placebo, apenas 35% apresentaram algum tipo de reação adversa, mas todas elas classificadas como leves, como febrícula ou dor no local da aplicação. Nenhuma reação adversa grave foi registrada.

O imunizante se encontra na fase final de testes clínicos em humanos no Brasil e deverá ter os resultados de eficácia anunciados na primeira quinzena de dezembro.

No momento estão sendo analisados 74 voluntários que se infectaram com o coronavírus. O número ultrapassou o mínimo necessário, de 61 casos, para a abertura dos estudos e análise. Os dados extraídos desta análise serão enviados pelo Comitê Internacional Independente para a avaliação e aprovação da Anvisa.

Coordenado pelo Instituto Butantan, os testes envolvem 13 mil profissionais de saúde em 16 centros de pesquisa de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

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Por Leandro Cesaroni

Jornalista graduado pela FIAM e pós-graduado em jornalismo cultural pela FAAP