O prefeito eleito em Mogi das Cruzes, Caio Cunha (PODE), afirmou, em coletiva de imprensa online realizada nesta quarta-feira (30), que provavelmente terá que cobrar ISS (Imposto Sobre Serviços) de cerca de 25 mil famílias mogianas que realizaram obras em suas residências nos últimos anos.
De acordo com Caio, as alterações nesses imóveis foram identificadas através de drones, no ano passado, durante a gestão do prefeito Marcus Melo. A regularização da situação desses imóveis, entretanto, ficou para o ano que vem.
“O prazo limite é final de 2021 e porque deixaram para o prazo limite? É óbvio: teve o período eleitoral, que a atual gestão não quis, por motivos óbvios, cobrar isso e nem se indispor com a população, e chega aí para a gente, neste mandato, essa bomba-relógio”, afirmou Caio Cunha, acrescentando que os impostos em aberto somam aproximadamente R$ 100 milhões.
Segundo o novo prefeito, ele é obrigado a cobrar a dívida, sob risco de ter seu mandato cassado por improbidade administrativa. “A gente é obrigado a fazer essa cobrança, mas antes disso estamos numa correria grande para entender se é possível fazer um algum tipo de anistia, algum tipo de coisa, porque não faz sentido, neste momento, a gente colocar para a população pagar, mesmo sendo devedora”, afirmou ele.
Transição
Durante a coletiva de imprensa, Caio Cunha fez um balanço dos trabalhos de transição de governo, que já foram finalizados. Segundo sua equipe, a Comissão de transição, formada por Lucas Porto, Francisco Camargo (Cochi) e Ricardo Abílio, apurou em números a situação da Prefeitura de Mogi das Cruzes, com a realização de mais de 23 reuniões em um período de 22 dias.
No balanço divulgado por Lucas Porto, coordenador dos trabalhos, mais de 60 ofícios foram enviados à atual gestão para as mais diversas pastas, dos quais metade não foi respondida. Na avaliação de Porto, uma imersão será necessária logo na primeira semana do novo governo para que, a partir de um diagnóstico certeiro, se desenhe o cenário para os próximos anos.
Uma das preocupações levantadas foi em relação a alguns contratos próximos ao vencimento e que precisarão ser revistos e prorrogados com urgência, como é o caso da limpeza pública e das creches subvencionadas, com previsão de encerramento entre dezembro deste ano e fevereiro do ano próximo.
Caio disse também que, embora a arrecadação tenha aumentado em Mogi das Cruzes nos últimos anos, existe um endividamento e restos a pagar muito alto deixado pela atual gestão.
Ricardo Abílio, membro da equipe de transição e anunciado como Secretário de Finanças, afirmou que há certa preocupação com o Iprem de Mogi das Cruzes (Instituto de Previdência Municipal), que, segundo ele, entrará em janeiro com um passivo de R$ 50 milhões de reais.