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Associação cultural diz que exposição ‘Cores da Fé’ sofreu censura da Secretaria de Cultura de Mogi



A Associação Cultural Quântica está acusando a Secretaria de Cultura de Mogi das Cruzes de censura e intolerância religiosa por conta da exposição ‘Cores da Fé’, exibida simultaneamente na quermesse da Festa do Divino Espírito Santo e no hall da Prefeitura Municipal.



De acordo com nota divulgada pela associação – e assinada também pelo fotógrafo Danilo Duvilierz, que fez as fotos da mostra – a Secretaria de Cultura os pressionou a retirar as imagens ligadas à matriz africana da exposição.



“A exposição Cores da Fé, de autoria do fotógrafo Danilo Duvilierz, que reúne um acervo de mais de dez anos registrando a tradição dos grupos de cultura popular e todas as suas manifestações artísticas e devocionais, incluindo os grupos de Mogi das Cruzes, que fazem parte como identidade da Festa do Divino Espírito Santo, foi alvo de censura, onde nós, equipe e artista, identificamos a intolerância religiosa”, diz a nota divulgada pela Associação Cultural.



“Tendo como mediadora a Secretaria de Cultura, fomos pressionados a retirar as imagens ligadas à Matriz Africana da exposição no lugar destinado a nós durante os dias da quermesse do Divino, dois dias depois de sua abertura”, afirmou a associação acrescentando que, na continuidade da exposição, no hall da Prefeitura, os organizadores foram novamente pressionados a não prosseguir com a montagem original do projeto, excluindo, mais uma vez, as imagens de matriz africana.



Outro lado

A Secretaria de Cultura de Mogi das Cruzes publicou uma nota dizendo que repudia veementemente a “falsa e grave acusação postada em rede social” e acrescentando que “as medidas cabíveis estão sendo tomadas, ante a gravidade das falsas alegações”.

“A montagem da exposição apresentou, além das fotos e objetos previamente informados, duas imagens religiosas relacionadas à umbanda: uma imagem de Iemanjá e uma imagem de Preto Velho, em um altar devocional. Infelizmente, a ausência de mais informações a respeito na expografia levou alguns visitantes a questionarem a razão de um altar para divindades não católicas na Festa”, afirmou a pasta.

Reprodução/Instagram/@tecodeantonio

Segundo a secretaria, as reclamações recebidas não foram interpretadas pela pasta como atos de racismo ou intolerância religiosa. “A equipe da Secult, que não estava voltada ao acompanhamento exclusivo da mostra, não tomou providências para registrar os dados dos reclamantes para uma eventual ‘denúncia formal de crime’, em virtude de não ter havido desrespeito às imagens, às religiões a elas afetas e, muito menos, à etnia ou cor das pessoas envolvidas”, diz a nota.

“Diante das manifestações de desagrado e a fim de evitar quaisquer conotações de desrespeito, de um lado ou de outro, a Secult entrou em contato com a produtora proponente, para discutir como tratar o assunto, chegando-se em consenso pela retirada das duas imagens. Em nenhum momento artistas ou produtores foram obrigados ou pressionados a nada e prova isso o fato de que nenhuma oficialização foi feita, por nenhuma das partes (nem obrigando, nem discordando formalmente)”, conclui a Secretaria de Cultura de Mogi das Cruzes.

Exposição

A Associação Cultural Quântica foi proponente do projeto de exposição fotográfica ‘Cores da Fé’ junto ao Programa Municipal de Fomento (Profac) – edição 2023. O projeto foi aprovado, recebendo do Município de Mogi das Cruzes, por meio da Secult, o incentivo de R$ 15 mil.

A mostra ficou disponível para visitação gratuita na quermesse da Festa do Divino, entre 9 de 19 de maio. No hall da Prefeitura de Mogi das Cruzes, ela poderá ser visitada até 31 de maio, das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira.

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