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Alto Tietê tem 1.900 indústrias tentando se reinventar em meio à nova crise



Nesta segunda-feira (25) é comemorado o Dia da Indústria e a data, este ano, é marcada pelo esforço das empresas em se reinventar em meio à uma crise de saúde, com impactos desastrosos na economia. No Alto Tietê, a diversificação é um dos principais destaques do setor e a direção regional do CIESP (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) afirma que tem apostado nisso para a sobrevivência das fábricas, somada a ações de planejamento e políticas públicas que viabilizem a retomada econômica.



De acordo com a entidade, na região são aproximadamente 1.900 indústrias, que respondem por 2% do PIB (Produto Interno Bruto) do Estado, ocupando o 12% no ranking de geração de riquezas das 39 regiões industriais paulistas, assim como são responsáveis por cerca de 30% dos empregos formais.



“A importância da indústria para a economia das cidades é gigantesca. Uma fábrica em atividade desdobra em várias outras empresas e prestadores de serviços, assim como a cada emprego direto gerado pelo menos outros dois indiretos são criados. Apesar disso, o setor já vinha enfrentando dificuldades por uma série de fatores que comprometem a competitividade do produto nacional e, agora, com a crise do novo coronavírus as coisas pioraram. Reinvenção, portanto, é a palavra que define o desafio do setor nesse Dia da Indústria”, ressalta José Francisco Caseiro, diretor do CIESP Alto Tietê.



Para o dirigente, a diversidade da indústria de transformação regional é um dos seus grandes diferenciais. No Alto Tietê há mais de 20 setores em atuação, desde o papeleiro, farmacêutico, metalúrgico, automotivo e químico, até outros como fumo, couro, têxtil e móveis. Isso, aponta Caseiro, permite um equilíbrio maior nos momentos de crise, pois enquanto um segmento é mais impactado outros podem estar em alta.



“Neste período de pandemia, por exemplo, temos empresas com dificuldades por baixa demanda e dificuldade de matéria-prima, enquanto outras, como de alimentos e produtos de higiene, por exemplo, que aumentaram a produção. Se não fosse isso, o impacto dessa crise seria ainda maior no desemprego na Região”, observa o diretor do CIESP Alto Tietê.

Uma pesquisa recente do CIESP no Estado aponta que 92% das indústrias esperam redução nas vendas de abril a junho (próximo de 55% de retração), enquanto 5% trabalham com estabilidade e 3% esperam aumento, devido à demanda aquecida de bens essenciais.

“É preciso destacar o empenho das empresas em buscar alternativas para suprir a baixa demanda na sua atividade principal. Muitas, inclusive, estão apostando em novos produtos que estão em alta no momento para garantir um mínimo de atividade e de olho nos novos hábitos que os consumidores estão demonstrando”, acrescenta.

Para a  maioria das indústrias, uma das necessidades mais prementes é o crédito para suportar esse período de pandemia até a retomada consistente da economia, assim como o refinanciamento de impostos, pois diante da falta de caixa muitas empresas estão deixando de pagar os tributos para manter os empregos e não perder a mão de obra qualificada.

“Não se trata de deixar de pagar os impostos porque temos a consciência de que isso afetaria ainda mais a economia, a população e, consequentemente, os próprios negócios. Mas neste momento temos de eleger prioridades e a manutenção dos empregos está em primeiro lugar.  Por isso, o pedido para um plano de refinanciamento dos impostos”, destaca Caseiro.

Além da efetividade de planejamento nas ações de âmbito nacional, o diretor do CIESP enfatiza a importância das cidades da Região desenvolverem planos locais de retomada econômica. “Esse diferencial que o parque industrial do Alto Tietê tem precisa ser aproveitado, com as administrações municipais dialogando com o setor para implantar medidas de apoio à manutenção e ampliação da atividade das indústrias”, conclui Caseiro.

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