A Secretaria de Saúde de São Paulo anunciou, durante entrevista coletiva nesta quarta-feira (20), que o governo estadual vai contratar 4.500 leitos da rede privada de saúde para atendimento exclusivo a casos suspeitos ou confirmados de Covid-19. Do total de leitos, 1.500 serão de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), ou seja, destinados a pacientes na fase aguda doença.
“Estamos diante de um preocupante cenário de escalada da pandemia, com risco de estrangulamento do sistema. Por isso, o Centro de Contingência recomendou, a partir de estudos técnicos, a contratação de leitos em parceria com a iniciativa privada, o que nos dará condições de acolhermos os doentes de coronavírus, seja os que precisam de UTI ou leito hospitalar clínico”, afirma José Henrique Germann, secretário de Estado da Saúde de São Paulo.
De acordo com o governo, a Secretaria pagará uma diária de R$ 1.600 por dia nos leitos de UTI, com previsão de um total de 270 mil diárias. Já para as vagas clínicas, o investimento será de R$ 1.500 por cinco dias ou mais, com previsão de 108 mil diárias. Ao todo, os novos leitos de UTI terão custo de R$ 432 milhões e, os clínicos, de R$ 162 milhões, totalizando R$ 594 milhões.
“Com essa medida, São Paulo praticamente dobra o numero de leitos disponíveis para o atendimento aos pacientes com coronavírus”, disse o governador. “Em vinte dias, todos os leitos deverão estar implantados e operacionalizados. Até no máximo, 11 de junho”, garantiu o Doria.
O governo estadual informou, nesta quarta (20), que há 10,8 mil pacientes internados em SP, sendo 4.169 em UTI e 6.645 em enfermaria. No momento, a taxa de ocupação dos leitos de UTI reservados para atendimento a Covid-19 é de 71,7% no Estado de São Paulo e 87,9% na Grande São Paulo.
Balanço estadual
Nesta quarta-feira (20), o estado de São Paulo registrou 5.363 mortes pelo novo coronavírus, com 216 mortes confirmadas nas últimas 24 horas. O estado soma 69.859 casos confirmados da Covid-19, com um ou mais pessoas infectadas em 484 cidades. Foi registrada pelo menos uma vítima fatal em 223 municípios.
Entre as vítimas fatais estão 3.165 homens e 2.198 mulheres. Os óbitos continuam concentrados em pacientes com 60 anos ou mais, totalizando 73,1% das mortes. Observando faixas etárias subdividas a cada dez anos, nota-se que a mortalidade é maior entre 70 e 79 anos (1.299 do total), seguida por 60-69 anos (1.235) e 80-89 (1.039).
Também faleceram 347 pessoas com mais de 90 anos. Fora desse grupo de idosos, há também alta mortalidade entre pessoas de 50 a 59 anos (760 do total), seguida pelas faixas de 40 a 49 (389), 30 a 39 (225), 20 a 29 (45) e 10 a 19 (15), e nove com menos de dez anos.
Os principais fatores de risco associados à mortalidade são cardiopatia (58,8% dos óbitos), diabetes mellitus (43,3%), doença neurológica (11,3%), doença renal (10,4%) e pneumopatia (9,5%). Outros fatores identificados são imunodepressão, obesidade, asma e doenças hematológica e hepática. Esses fatores de risco foram identificados em 4.343 pessoas que faleceram por COVID-19 (81%).