A partir desta segunda-feira (11), o Programa de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde passa a oferecer atendimento psicológico a moradores de Mogi das Cruzes por meio de WhatsApp e contato telefônico.
A princípio, o programa era exclusivo para funcionários da saúde que estão atuando de forma direta ou indireta no combate ao novo coronavírus, mas agora foi ampliado a toda a população mogiana.
De acordo com a Prefeitura de Mogi, o atendimento será feito à distância pelas psicólogas do Cecco (Centro de Convivência e Cooperativa), de segunda à sexta-feira, das 8h às 17h, através do número (11) 99532-2081.
“A proposta é atender a população acima de 16 anos que esteja apresentando mudanças de comportamento ou com sinais de angústia ou ansiedade decorrentes da pandemia, ofertando um serviço de acolhimento e orientação psicológica para as pessoas em sofrimento ou dificuldades para lidar com o momento atual”, disse a psicóloga Patrícia Regina Vieira Rocha, gerente do Cecco.
A psicóloga explicou, ainda, que o atendimento começa com um acolhimento psicológico para compreender como está o emocional dos cidadãos e as dificuldades psicológicas advindas do momento que a pessoa está enfrentando. Após esse primeiro contato, o psicólogo fará uma orientação e, se necessário, serão agendadas novas sessões.
Aumento do doenças mentais
Uma pesquisa realizada na semana passada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) com cerca de 400 médicos de 23 estados e do Distrito Federal, correspondentes a 8% do total de psiquiatras do país, mostra que 89,2% dos especialistas entrevistados destacaram o agravamento de quadros psiquiátricos em seus pacientes devido à pandemia de Covid-19.
De acordo com o levantamento, 47,9% dos consultados tiveram aumento nos atendimentos após o início da pandemia. Essa expansão atingiu até 25%, em comparação ao período anterior, para 59,4% dos psiquiatras entrevistados.
Do total de entrevistados, 44,6% afirmaram ter percebido queda no número de atendimentos, por razões diversas, entre as quais interrupção do tratamento pelo paciente com medo de contaminação pelo vírus, restrições de circulação impostas pelas autoridades e redução no atendimento aos grupos de risco.
A pesquisa mostra também que 67,8% dos médicos receberam pacientes novos, que nunca haviam apresentado sintomas psiquiátricos antes, após o início da pandemia e do isolamento social. Outros 69,3% relataram ter atendido pacientes que já haviam recebido alta médica, mas que tiveram recidiva de seus sintomas.
*com informações da Agência Brasil
Foto: Marcos Santos / USP Imagens