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MOGI DAS CRUZES

De dez pessoas que buscam o Pronto-Socorro, sete não são casos de urgência, diz supervisora da Santa Casa de Mogi

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De cada dez pessoas que procuram o Pronto-Socorro (PS) da Santa Casa de Mogi das Cruzes, em média, sete não são casos de urgência, ou seja, deveriam estar sendo tratados em outros equipamentos de saúde. A estimativa é da supervisora de Enfermagem do Plantão Noturno, Kátia Aparecida dos Santos.


O PS da Santa Casa de Misericórdia de Mogi funciona 24 horas por dia nos sete dias da semana, por meio de um convênio com a Prefeitura Municipal. É um serviço médico-hospitalar voltado para atender casos de urgência e emergência.

De acordo com o vice-provedor do hospital filantrópico, Flávio Ferreira Mattos, o respeito ao propósito do PS garante que aqueles que realmente precisam de cuidados urgentes recebam atenção rápida e eficaz. “Quando você usa mal o Pronto-Socorro, prejudica o atendimento de quem está em risco de morte”, diz ele.


A rede pública de saúde dispõe de equipamentos para atender diferentes casos. A porta de entrada para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) são as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Saúde da Família (USF). Estão aparelhadas para solucionar cerca de 80% das necessidades de assistência apresentadas pelos usuários, oferecendo pré-natal, pediatria, acompanhamento de doenças crônicas como hipertensão e diabetes, além do tratamento de tuberculose e hanseníase. É onde o paciente deve buscar atendimento para consultas, tratamentos, vacinas, injeções, curativos, trocas de sondas e renovação de receitas. Em Mogi das Cruzes, os agendamentos são realizados pelo telefone 160, do Sistema Integrado de Saúde (SIS).


O sistema mogiano de saúde pública também conta com três Unidades de Pronto Atendimento (UPA), localizadas no Rodeio, Oropó e Jundiapeba, com estrutura física e operacional para tratar urgências e emergências relacionadas à febre e pressão arterial altas, fraturas, cortes, infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC). Elas estão diretamente ligadas ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).    

De acordo com a supervisora de Enfermagem do Plantão Noturno do Pronto-Socorro da Santa Casa, Kátia Aparecida dos Santos, é comum as pessoas procurarem o serviço de urgência e emergência para tratar uma dor crônica, que se arrasta há meses, para internação de um etilista (dependente de álcool), lavagem de ouvido para remover o cerúmen (cera), trocar receituário médico, renovar curativos, obter atestado para justificar falta ao trabalho e até para fazer um teste de gravidez. “São serviços disponíveis na rede básica de saúde, bastando fazer o agendamento. Não faz sentido buscar atendimento no Pronto-Socorro”, observa.

Ao procurar o Pronto-Socorro da Santa Casa com problemas de saúde que podem ser atendidos em outros equipamentos, o paciente retarda a assistência para casos de urgência e emergência, que são o foco da unidade. “Isto sobrecarrega o sistema, porque desvia estrutura e pessoal para atendimentos sem a prioridade daqueles que estão com a vida em risco”, explica Flávio Ferreira Mattos. Ele propõe a união dos gestores de saúde, num trabalho conjunto com a Prefeitura, para viabilizar a produção de um Guia de Orientações ao Uso do SIS. A ideia do vice-provedor é que a campanha educativa seja levada às escolas e entidades sociais assim como aos profissionais de saúde, por meio de palestras.

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