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Uma a cada cinco garrafas de vodca vendidas no País é falsificada, aponta levantamento


A falsificação de bebidas alcoólicas voltou a acender um alerta no Brasil após uma série de casos de intoxicação registrados nos últimos dias, que já resultaram em ao menos três mortes em São Paulo. De acordo com levantamento da Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp), divulgado em abril deste ano, 36% das bebidas comercializadas no País são falsificadas, adulteradas ou contrabandeadas. Entre os produtos mais atingidos, está a vodca: uma em cada cinco garrafas vendidas no território nacional não é original.

O problema, que antes impactava principalmente a arrecadação de impostos, agora representa uma grave ameaça à saúde da população. Segundo a Fhoresp, que representa cerca de 500 mil empresas do setor em São Paulo, incluindo bares, restaurantes, lanchonetes e hotéis, a adulteração de bebidas se consolidou como um esquema criminoso em larga escala.

Intoxicações e mortes


O estado de São Paulo registrou três mortes recentes ligadas à ingestão de bebidas adulteradas com metanol, um álcool altamente tóxico. Uma das vítimas era da capital paulista e duas de São Bernardo do Campo, sendo a terceira morte confirmada nesta segunda-feira (29). Além dos óbitos, há registros de internações com sintomas graves, como cegueira temporária, coma e sequelas irreversíveis.


De acordo com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) de Campinas, amostras de bebidas coletadas em investigações confirmaram a presença de metanol. O consumo dessa substância pode causar visão turva, náusea, convulsão e, em casos mais graves, danos irreversíveis ao cérebro, fígado e nervo óptico, levando até à morte.

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Empresários também são vítimas


Para o diretor-executivo da Fhoresp, Edson Pinto, tanto os consumidores quanto os empresários são prejudicados pelo esquema. Ele reforça que a maioria dos bares e restaurantes atua de forma correta, mas acabam sendo enganados ao comprar produtos adulterados de fornecedores.


“Pessoas estão sofrendo com sequelas gravíssimas. É preciso que o Estado e os órgãos de fiscalização exerçam um controle maior sobre a distribuição das bebidas, garantindo a procedência dos produtos”, afirmou.

Ainda segundo Pinto, a Fhoresp já havia alertado, há seis meses, sobre os riscos da falsificação em larga escala. Na época, os números do levantamento interno já indicavam “percentuais assustadores de fraude”.

Cobrança por ação das autoridades

A Federação cobra das autoridades ações articuladas para desmantelar o esquema criminoso e frear os impactos que agora ultrapassam a esfera econômica. “Se as autoridades não agirem firmemente, este esquema, que está colocando vidas em risco, não chega ao fim nunca”, advertiu Edson Pinto.

A entidade reforça a importância de campanhas de conscientização e de operações de fiscalização mais rigorosas para coibir a falsificação, que tem vitimado não apenas consumidores, mas também o setor de bares, restaurantes e hotéis em todo o País.

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