O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, detalhou, na última semana, os principais sinais e sintomas de intoxicação por metanol. Pelo menos dez casos foram identificados no estado de São Paulo – três pessoas morreram.
Na maioria das ocorrências, o primeiro sintoma é uma forte dor abdominal, seguido de alterações na visão. Segundo Padilha, os sinais podem demorar até 24 horas para aparecer.
“Uma dor muito diferente, porque é uma dor em cólica. As pessoas, às vezes, quando fazem ingesta de bebida alcoólica sentem uma queimação, falam que estão com azia, aquela coisa da ressaca. Não é queimação, não é azia. Pode até ter isso também. Mas a dor em cólica é algo que chama muito a atenção nesses casos”, salientou o ministro.
Em seguida, ele destacou a importância de observar qualquer mudança na visão. “O metanol vem pelo estômago, vai para o intestino, é absorvido para o fígado e, no fígado, é digerido e metabolizado. Saem dali substâncias como ácido fórmico e formaldeído, que são extremamente nocivas ao sistema nervoso central”.
De acordo com o ministro, essas substâncias atacam o sistema nervoso central e podem afetar o nervo óptico. “Por isso, as pessoas começam a perceber, às vezes, algum tipo de alteração visual. Começam a ver luzes, flashes e há até o risco de perda visual. Isso acontece de imediato? Não, não acontece de imediato”, explicou.
Padilha reforçou que os sintomas podem surgir até 24 horas após o consumo da bebida contaminada. O tempo de manifestação varia conforme o nível de hidratação e a alimentação da pessoa intoxicada. “Sentiu 12 horas depois? Pode ser intoxicação por metanol. Sentiu 24 horas depois? Pode ser intoxicação por metanol”, alertou.
O ministro também destacou a importância da hidratação. “Se você estiver bem hidratado, pode estar eliminando mais rápido pela urina. Por isso é tão importante, quando começar a sentir os primeiros sinais e sintomas, a hidratação. Para proteger o rim”, disse.
Padilha fez um apelo para que a população busque ajuda médica diante de qualquer suspeita, especialmente em casos de consumo de bebidas alcoólicas de origem desconhecida. “Na medida em que começarem esses sinais e sintomas, procure os serviços de saúde. Não vá fazer qualquer medida por conta própria, não vá achar que tem algo milagroso para uma desintoxicação, qualquer tipo de lavagem”.
O ministro ressaltou que os serviços especializados em intoxicação possuem o antídoto específico para o metanol. “Procure um serviço de saúde que ele vai ter a preocupação de te manter hidratado a níveis elevados e monitorar, dependendo da gravidade”, afirmou. “A gente tem o etanol específico para antídoto do metanol, registrado aqui no Brasil. Os serviços especializados de intoxicação têm e sabem o manejo desse produto”, concluiu.
Emergência médica
A intoxicação por metanol é uma emergência médica grave. A substância, quando ingerida, é transformada no organismo em compostos altamente tóxicos — como formaldeído e ácido fórmico — que podem causar cegueira e levar à morte.
Os principais sintomas incluem visão turva ou perda total da visão, mal-estar, náuseas, vômitos, dores abdominais e sudorese.
Em caso de suspeita, é fundamental procurar atendimento médico imediato ou entrar em contato com um dos seguintes serviços de emergência:
- Disque-Intoxicação da Anvisa: 0800 722 6001
- Centro de Controle de Intoxicações de São Paulo (CCI): (11) 5012-5311 ou 0800-771-3733 (ligação gratuita de todo o país)
- CIATox da sua cidade para orientação especializada
Além disso, é importante avisar outras pessoas que tenham consumido a mesma bebida, para que também busquem avaliação médica. A demora no diagnóstico e no tratamento aumenta o risco de complicações graves e pode ser fatal.
