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Metanol em bebidas alcoólicas: o que é, sintomas de intoxicação e como se proteger


Casos recentes de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas têm provocado alerta nacional. Mas afinal, o que é o metanol, como ele pode parar em bebidas que deveriam ser seguras e quais são os riscos à saúde?

O que é metanol e por que não pode estar em bebidas alcoólicas

O metanol é um álcool simples, diferente do etanol (que é o usado nas bebidas comuns). Ele é uma substância altamente tóxica para o ser humano e, mesmo em pequenas doses, pode causar danos graves ou até levar à morte.


Seu uso é industrial, sendo aplicado na produção de combustíveis, tintas, solventes e plásticos. Por essa razão, sua produção e circulação são rigidamente controladas. No entanto, quando desviado para o mercado ilegal, pode ser usado de forma criminosa na adulteração de bebidas alcoólicas.

Polícia Civil apreende grande quantidade de bebidas com suspeita de adulteração em Mogi das Cruzes

Como o metanol aparece em bebidas adulteradas


As intoxicações recentes estão ligadas a bebidas destiladas como gin, whisky e vodka. Investigações apontam que lotes de metanol desviados para adulteração de combustíveis podem ter sido redirecionados ao mercado clandestino de bebidas.


Em São Paulo, forças-tarefas de fiscalização já apreenderam dezenas de garrafas sem rótulo ou procedência. Até o momento, foram confirmadas mortes e diversos casos de internação associados ao consumo de bebidas contaminadas.

Intoxicação por metanol: sintomas e riscos


Ao ser ingerido, o metanol se transforma em substâncias ainda mais tóxicas, como o formaldeído e o ácido fórmico. Esses compostos afetam o sistema nervoso e órgãos vitais, podendo causar colapso geral no organismo.

Os sintomas costumam aparecer entre 12 e 24 horas após a ingestão e incluem:

  • Dor de cabeça intensa
  • Náuseas e vômitos
  • Dor abdominal
  • Confusão mental
  • Visão turva, sensibilidade à luz e até cegueira irreversível

Em casos graves, o metanol pode levar à falência múltipla de órgãos e à morte.

Tratamento e protocolos médicos

O tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível para reduzir os riscos. Entre as medidas estão a administração de etanol intravenoso como antídoto, uso de bicarbonato para corrigir a acidez no sangue, suplementação de ácido fólico e, nos casos mais graves, hemodiálise para eliminar a substância do organismo.

O governo federal estabeleceu protocolos específicos para lidar com essas intoxicações e determinou que hospitais e unidades de saúde notifiquem imediatamente os casos suspeitos.

Ações de investigação e fiscalização

A Polícia Federal abriu inquérito para investigar a origem do metanol encontrado nas bebidas adulteradas. Há suspeitas de que o crime organizado esteja envolvido no desvio do produto.

Paralelamente, a Secretaria Nacional do Consumidor e os órgãos de vigilância sanitária reforçaram as orientações para bares, mercados e distribuidores de bebidas, exigindo nota fiscal, rótulos e lacres intactos.

Como se proteger

Para evitar riscos, o consumidor deve:

  • Comprar apenas bebidas de origem confiável, com selo, lacre e rótulo em boas condições.
  • Desconfiar de preços muito abaixo do mercado.
  • Procurar atendimento médico imediato em caso de sintomas após o consumo.
  • Denunciar suspeitas de adulteração à vigilância sanitária ou ao Procon.

*com informações da Agência Brasil

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